A UE enfrenta uma escassez de medicamentos GLP-1

A UE enfrenta uma escassez de medicamentos que atuam sobre uma hormona designada como Peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), para ajudar a controlar o açúcar no sangue e o apetite, uma situação que afeta os Estados-Membros da UE desde 2022 e que continuará durante 2024. Estes medicamentos estão autorizados para o tratamento da diabetes (como o Ozempic, Byetta, Rybelsus e Victoza) ou para a gestão do peso em certas doenças (como o Saxenda, Wegovy, Mounjaro).

A escassez deve-se a um aumento da procura destes medicamentos, em particular para uma indicação não aprovada (uso “off label"), a perda de peso por motivos estéticos, ou seja, por pessoas sem obesidade ou em pessoas com excesso de peso sem problemas de saúde relacionados com o peso. A utilização para uma indicação não aprovada tem sido referida frequentemente nas notícias e nas redes sociais e agrava a escassez existente com consequências sérias para a saúde pública.

Um destes medicamentos, o Ozempic, registou uma escassez prolongada e apresentou uma procura elevada constante, tendo já sido detetadas unidades falsificadas de Ozempic.

A EMA e a rede de regulamentação da UE estão a acompanhar atentamente esta escassez através do grupo de trabalho do Ponto Único de Contacto (SPOC WP) e do Grupo Diretor Executivo sobre Ruturas e Segurança de Medicamentos (MSSG).

O MSSG analisou potenciais recomendações de medidas a adotar por todas as partes interessadas, para atenuar a escassez e garantir o fornecimento destes medicamentos aos doentes. As recomendações incluem a distribuição controlada, a aprovação de campanhas promocionais e de sensibilização por parte dos titulares das autorizações de introdução no mercado, diretrizes para a priorização dos doentes e a implementação de medidas de atenuação pelos Estados-Membros, bem como a prescrição e a dispensa segundo as indicações aprovadas e as orientações nacionais por profissionais de saúde.

O MSSG também recomenda que os doentes e o resto da população utilizem estes medicamentos apenas sob vigilância médica, que consultem um profissional de saúde para obter aconselhamento sobre a gestão do peso e que evitem a compra destes medicamentos online de fornecedores não registados.