Analisar as perspetivas para a Colômbia em 2025 foi o tema central do fórum organizado pela Cuatrecasas, no qual destacados líderes e especialistas do sector abordaram as perspetivas políticas e económicas do país e da região, bem como as oportunidades e desafios regulatórios e económicos nos diferentes sectores industriais. Foram também discutidas questões de grande relevância para o investimento estrangeiro.
A abertura do encontro esteve a cargo de
Manuel Quinche,
managing partner do escritório da Cuatrecasas em Bogotá, que deu especial ênfase à incerteza económica em que a Colômbia se encontra, bem como aos riscos e oportunidades que podem surgir no futuro. Abordou temas importantes como a transição energética, as reformas laboral e da saúde, a queda de 30% do investimento privado, a competitividade e a perda de emprego, centrando-se no papel das sociedades de advogados para ultrapassar a crise e contribuir para o crescimento do país e da região.
“Concebemos este evento como um convite à reflexão sobre o futuro. Estamos rodeados de notícias desanimadoras que nos levam a concluir que enfrentamos vários desafios económicos importantes. No 'Foco 2025' procuramos fornecer ferramentas que nos ajudem a enfrentar estes desafios e destacar as ações necessárias para ativar a economia a partir do sector empresarial. No final do dia, a estratégia depende do que cada um de nós, a partir das nossas empresas, pode contribuir para o desenvolvimento”, afirmou Manuel Quinche.
De seguida, discursou o senador David Luna, que apelou aos cerca de 100 participantes para que participassem no debate e não esperassem pelas eleições de 2026: “A política não deve ser deixada aos políticos e a experiência será fundamental para enfrentar o desafio que nos espera”. Posteriormente destacou a importância da narrativa, de alterar os discursos “O governante diz que os empresários da Colômbia são esclavagistas e poucos o confrontam. Esta narrativa corrói e entra em conflito, rompendo a narrativa com os dados”. Por fim, apelou a que não se desista da segurança e do controlo territorial, a que se intervenha em processos como as eleições para o Tribunal Constitucional, a que se garanta a independência e a autonomia da organização eleitoral e a que não se perca de vista aquilo a que chamou a “avalanche de projetos no Congresso”, no âmbito de uma estratégia que visa garantir que os projetos menos centrados na opinião pública tenham mais hipóteses de aprovação, ao mesmo tempo que se procura nacionalizar os serviços.
Sebastián Nieto, diretor da unidade para a América Latina e Caraíbas do Centro de Desenvolvimento da OCDE, apresentou a visão económica da América Latina para 2025: “É necessário aumentar o crescimento per capita pós-pandemia, que é de cerca de 0,7% na região, um valor baixo em comparação com as economias avançadas”. Nieto destacou também a importância de aumentar a taxa de investimento no desenvolvimento da inovação.
De acordo com Nieto, um dos principais desafios da região é o facto de 40% dos agregados familiares na América Latina terem empregos informais: “A produtividade e a informalidade estão ligadas.” Nieto apelou também ao reforço da credibilidade e da independência dos bancos centrais e à gestão dos níveis de inflação, o que beneficiará tanto a macroeconomia como a inclusão social, nomeadamente em termos de pobreza e desigualdade.
Em matéria de fiscalidade, Nieto salientou a importância de nos aproximarmos do nível de cobrança do imposto sobre as sociedades da OCDE, próximo dos 10%. Por último, sublinhou a oportunidade de uma transição ecológica ordenada e consensual entre os sectores público e privado: “Trata-se de uma grande oportunidade para a região, mas deve ser um diálogo coordenado, tendo em conta o investimento direto estrangeiro”.
Oportunidades e riscos jurídicos e económicos: painéis de discussão
A reunião foi também estruturada em torno de dois painéis. O primeiro, “Oportunidades e desafios jurídicos e regulamentares dos sectores industriais para 2025”, contou com a participação de especialistas de renome: Luz Stella Murgas, da Naturgas; Susana Peláez, da Cusezar; Juan Carlos Restrepo, da British American Tabacco; e
Jaime Vargas, sócio da Cuatrecasas. A moderação esteve a cargo de Manuel Quinche, managing partner do escritório de Bogotá da Cuatrecasas. O painel abordou a situação atual do negócio do gás e da energia, incluindo o acesso universal e a qualidade; a descarbonização, bem como a incerteza em relação ao investimento; os níveis de emprego; as perspetivas fiscais e a possível reforma; o orçamento e os desafios para 2025.
O segundo painel, intitulado “Perspetivas económicas da América Latina para 2025”, contou com a participação de prestigiosos executivos: Andrés Cadena, Senior Partner da McKinsey & Co; Manuel García, Partner Managing Diretor da Advent International; e Tatiana Uribe, Head do banco de investimento Itaú. Felipe Mariño, sócio da Cuatrecasas, foi o moderador. Neste espaço, foram analisados projetos e oportunidades de investimento estrangeiro e o investimento estrutural na Colômbia, na perspetiva do investidor.